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Thiago Alves - O Meio-Médio mais Feliz do Mundo

"Aprendi minha lição há algumas lutas atrás: uma vez que você persegue o nocaute, ele fica muito mais difícil de acontecer. E quando você apenas luta e pensa em marcar pontos e machucar seu oponente, aí você conquista oportunidades".

Muito tempo depois do término da sua carreira no boxe, eu tive a oportunidade de conversar com o ex-campeão mundial Jesse James Leija e perguntei a ele como tinha sido perder peso para uma das maiores lutas da sua carreira - o título de 2003 contra Lostya Tszyu. Ele não hesitou na sua resposta, comparando a situação a ver seus pais sendo baleados na sua frente.    
   Já Thiago 'Pitbull' Alves, meio-médio do UFC, não iria tão longe quando Leija, mas confirma que é complicado.        

"É muito frustrante. Você se esforça muito e espera resultados, mas eles não acontecem".
       Em duas grandes lutas, contra Matt Hughes pelo UFC 85, e pelo UFC 117 contra Jon Fitch, Thiago ficou acima do limite de peso, conquistando o desprezo dos fãs de luta e a irritação dos seus oponentes. Depois da derrota para Fitch em agosto, até o presidente do UFC Dana White insistiu para que o brasileiro subisse uma categoria.    
    Mas no próximo sábado, no Montreal's Bell Centre, Thiago volta ao octógono lutando como um meio-médio contra John 'Doomsday' Howard. E ele pode agradecer ao ex-participante do TUF e atual nutricionista Mike Dolce por isso.      
  "Ele mudou a minha vida, minha atitude e o meu humor quando se trata de preparação para uma luta. Eu voltei a me divertir. Nesse momento, um tempo atrás, eu estaria estressado, deprimido e querendo apenas que o dia acabasse. Agora estou aproveitando cada segundo do dia e me divertindo. Me sinto saudável e estou comendo muito e isso é ainda melhor".    
  Você consegue ouvir a energia recarregada na voz de Thiago e apesar de saber que irá ouvir dúzias de perguntas sobre a sua perda de peso até a luta de sábado, ele está deixando tudo de lado, pois sabe que chegando no peso certo, pode voltar a ser o competidor que venceu sete lutas em sequência (cinco por nocaute) de 2006 até 2008, e não o cara que perdeu decisões seguidas contra Fitch e Georges St-Pierre.      
   "Antes o meu maior medo era ganhar peso. Eu não conseguia descansar e cinco semanas antes de uma luta eu só conseguia pensar nisso, era um estresse constante. Eu achava normal me preocupar tanto com meu peso. Hoje eu penso diferente, mas é preciso cometer alguns erros para chegar ao lugar certo e ainda bem que me juntei ao Mike e agora minha vida está boa".      
 Principalmente porque Thiago acredita que uma mudança para o médio tiraria algumas das características que o tornaram um dos melhores no meio-médio.    
   "Eu sinto que o meio-médio é o meu lugar. Já lutei com os melhores caras e me sinto mais forte do que todos eles. Se eu mudasse para uma categoria acima, perderia todas as vantagens que tenho e, em um esporte como esse, você não quer que isso aconteça".      

E as coisas não poderiam estar melhores, poderiam? Ele irá encarar um não-wrestler pela primeira vez desde que parou Karo Parisyan em abril de 2008. Ele enfrentou Hughes, Josh Koscheck, St-Pierre e Fitch em lutas consecutivas, mas a bola da vez é um atleta versado em Muay Thai, Howard.  

"John Howard é um cara forte. Ele perdeu sua última luta (contra Jake Ellenberger), então tenho certeza que ele quer voltar a ganhar da mesma forma que eu quero".         E depois de lutar 11 rounds nas suas últimas três lutas, Alves gostaria muito de terminar o embate deste sábado antes do sino soar pela última vez.  
     "Isso seria muito bom. Mas a essa altura já aprendi minha lição há algumas lutas atrás: uma vez que você persegue o nocaute, ele fica muito mais difícil de acontecer. E quando você apenas luta e pensa em marcar pontos e machucar seu oponente, aí você conquista oportunidades. Não vou perseguir o nocaute, vou chegar lá e tentar machucá-lo a todo o momento".
      Esse é o velho 'Pitbull' falando e depois de 11 meses tumultuados em 2010, eles está pronto para encerrar o ano em grande estilo.        

"Não é como você começa, mas sim como você encerra. E agora eu tenho a oportunidade de encerrar o ano do jeito que eu quero. Então o que aconteceu no começo do ano é passado e agora eu tenho a chance de me redimir e fazer o que nasci para fazer. Vou fazer acontecer e não vou desperdiçar minha chance dessa vez".