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Ricardo Funch - Sem as assombrações da estréia

Por Martins Denis

Existe uma primeira vez para tudo na nossa vida, e quando você está envolvido no mundo das artes marciais mistas, a palavra ‘nunca’ não faz parte do seu vocabulário.    

    

O Ultimate Fighting Championship e as suas cinco categorias provam isso o  tempo todo: quem nunca foi parado por um nocaute, nunca foi finalizado, nunca perdeu numa decisão, ou nunca teve seu recorde de invencibilidade destruído?    

    

O brasileiro Ricardo ‘Golden Boy’ Funch, que luta em Ludlow, Massachusetts, aprendeu isso da forma mais difícil na sua estreia no UFC em dezembro do ano passado. Com um recorde na sua carreira profissional de 7-0, ele encarou outro lutador invictol, Johny Hendrick, e não conseguiu manter seu    

currículo impecável.    

    

Lidando com sua primeira vez no UFC e optando por uma estratégia que não funcionou por três rounds, o brasileiro praticante de Jiu-Jitsu foi dominado round após round até a derrota por decisão unânime, a primeira na carreira.    

    

Ricardo, parceiro de treinos de Gabriel 'Napão' Gonzaga, agora encara sua segunda luta no UFC 115, dia 12 de junho, contra o novato Claude 'The Prince' Patrick. Os seis meses fora serviram não apenas para que ele repensasse o seu plano de jogo, mas para que ele curasse as feridas mentais causadas pela primeira derrota.    

    

“Aquela foi uma noite difícil porque eu tinha orgulho do meu recorde invicto. Mas eu cresci, aprendi a fazer as coisas de outra forma,  coisa que não aconteceria se eu não tivesse sido derrotado".    

    

Ele não tem nenhum sentimento ruim em relação à decisão unânime, mas gostaria que as coisas tivessem terminado de forma diferente.      

    

“Eu não havia planejado direito o que pretendia fazer; estava nervoso por estar no UFC pela primeira vez e não queria fugir da minha especialidade, o chão. Mas isso é a MMA e ajustes são necessário – lição 1 aprendida".

    

Apesar dos erros e da derrota, o brasileiro coleciona mais coisas boas do que ruins e, com os erros descobertos e eliminados, as chances são maiores.    

    

“Eu penso dessa forma. Minha preparação para a última luta foi excelente, mas eu não pensei na pressão extra. Taticamente e tecnicamente eu estava bem, mas agora eu quero provar que eu pertenço ao UFC e é fundamental mostrar isso".    

    

A versão melhorada de Funch deveria ter sido apresentada no UFC 111, em março, contra Matt Riddle, no entanto, um corte durante os treinamentos impediu o seu retorno.     

    

“O corte aconteceu no cage da academia e eu precisei lever 10 pontos no meu pé. Foi profundo e eu não conseguiria recuperá-lo a tempo de manter a preparação, então decidi não lutar".    

    

Agora o lutador de 29 anos espera transferir todas as boas vibrações para seu confronto contra o canadense Patrick. Sem saber se o oponente irá cair nas mesmas armadilhas que ele caiu em sua estreia no UFC, Ricardo quer apenas fazer o seu dever de casa.    

    

“Eu não posso contar com isso porque ele já lutou em grandes eventos e tem mais lutas do que eu", diz Ricardo sobre os 13 anos de experiência de Patrick. "Eu treinei como se ele fosse o campeão da categoria e essa é a coisa certa a se fazer".    

    

Não precisa nem dizer que Funch quer apagar a memória da sua primeira luta no UFC e, com uma vitória no próximo final de semana, ele espera deixar uma impressão diferente nos fãs do esporte – a de um lutador que perdeu, mas voltou de forma vitoriosa.     

    

“Eu não quero ser lembrado como o cara com coisas coloridas no meu cabelo (risos)", ele diz sobre as trancinhas coloridas da estréia. "Essa foi apenas uma parte do show, não a coisa principal. Espere uma grande luta. Eu serei melhor do que nunca e as pessoas gostarão de assistir".