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Rafael 'Sapo' Natal - Corrigindo Erros Para Encontrar a Vitória

"Quando eu perco ou venço não sou apenas eu, são várias pessoas como meus amigos, família, técnicos, companheiros de treino, estudantes. O que me faz feliz depois de uma vitória é o sorriso no rosto das pessoas e uma derrota é um pesadelo".

  Rafael 'Sapo' Natal teve um excelente treinamento tanto para a sua estreia no UFC em setembro, quanto para a sua segunda luta, neste final de semana em Montrel, contra Jesse Bongfeldt, pelo UFC 124. Cercado por companheiros que já haviam pisado no octógono como Renzo Gracie, Rolles Gracie Jr., André Gusmão, David Branch e Ricardo Almeida, Rafael já sabia o que esperar.
 Mas aí ele teve uma surpresa.      
 Encarando Rich Attonito pelo UFC Fight Night 22, Sapo estava indo bem até levar uma direita e cair aos 3:24 do primeiro round. Ser acertado no rosto é esperado quando você está em uma luta de MMA, mas o que veio a seguir mudou todo embate para o brasileiro.            
 Não importa se seus companheiros de treino lhe falaram sobre lutar no automático por mais de 10 minutos depois de levar um soco, você só acredita depois que passa por isso. E foi exatamente isso que Rafael viveu pelo resto da luta, agindo sem saber exatamente o que fazer ou não.
       "A única coisa que meus companheiros e meu técnico (Vinicius Magalhães) não me falaram é que as mãos de Attonito eram como metal", ele ri, dando todos os méritos ao seu adversário. "O técnico dele, Marcos DaMatta, me disse isso depois da luta, mas era meio tarde, não acha (risos)? Eu nunca tomei uma tão forte como naquela luta; no dia seguinte ainda estava avariado".      E ele continua.  
      "A vida é uma escola. Eu ouvi lutadores falando sobre lutar no automático depois de levar um golpe e continuar assim sem lembrar de nada, e achei que fosse 'caô', mas aconteceu comigo. Depois que Attonito me derrubou, eu não lembro de mais nada. A sensação é horrível quando você vê a luta e percebe que perdeu posições, não lutou bem e nem conseguiu ouvir seus técnicos".  
      Poderia parecer uma desculpa de perdedor, mas a direita de Attonito foi algo como o começo do fim para Rafael. Ficou claro depois dos primeiros cinco minutos do 1º round que ele estava perdido. Ele sentou no banquinho durante o intervalo entre o primeiro e segundo rounds e perguntou 'Como ele me acertou?'       

"Eu não sabia se estava vencendo ou não, mas depois do gongo do último round soar perguntei ao meu técnico o motivo do Attonito estar levantando seus braços, já que ainda iríamos para o terceiro round. Infelizmente eu fiquei completamente atordoado depois do golpe".

O brasileiro de 27 anos sabe que as histórias de lutar no automático são reais. Mas ele não mostrou apenas isso na sua primeira luta no UFC. Com chutes poderosos, Sapo chegou a preocupar Attonito.  

"O poder (nos chutes) vem da minha mãe e do meu pai, a força está no meu sangue (risos). Ou então do tempo em que treinei capoeira. Eu sei que preciso afiá-los e tenho treinado com Phil Nurse. E poucos sabem que a academia de Renzo Gracie tem um excelente treinamento de Muay Thai. Talvez no futuro eu possa viajar para Tailândia ou Cingapura, mas eu ainda acho que posso machucar as pessoas com as ferramentas que tenho desde que comecei a carreira".      O principal problema de testar coisas que ainda precisam de ajustes é o preço que se paga. Um erro e uma luta pode ser decidida quando o adversário tiver uma ab ertura. Rafael, na sua segunda luta pelo UFC, enfrenta Bongfeldt, que substitui o veterano Jason McDonald. Dessa vez o foco está em não cometer erros e lutar contra o novato do UFC com um plano de jogo mais calculado.
 "O fato é que não pude tirar muito da minha primeira experiência no octógono para aplicar contra o novato. E ele tem mais lutas do que eu. O que foi bom para mim foi que a mudança de oponente aconteceu cedo, então não precisei mudar de estratégia". 

Mas Sapo, nascido em Minas Gerais, muda de tom quando o assunto é a responsabilidade de não repetir os erros do passado. Ele garantiu seu contrato com o UFC depois de derrotar o vencedor do TUF 4 Travis Lutter, e não quer ser mais um na lista dos caras que entraram pro UFC e só acumularam resultados negativos, principalmente porque ele não luta sozinho - ele luta por muitos. 

"Meu desejo de lutar é o mesmo. Quando eu perco ou venço não sou apenas eu, são várias pessoas como meus amigos, família, técnicos, companheiros de treino, estudantes. O que me faz feliz depois de uma vitória é o sorriso no rosto das pessoas e uma derrota é um pesadelo. Eu lembro quando meu irmão mais novo me ligou depois da minha derrota no UFN 22 e disse, 'Rafa, quando eu vi que você perdeu me deu vontade de chorar'. Crianças são muito sinceras, não escondem os sentimentos. Isso dói e é por causa disso que sou tão dedicado a minha carreira de lutador profissional".