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Momentos Maçantes não Combinam com Josh Neer

By Denis Martins - Chame Josh "The Dentist" Neer do que quiser, ele já ouviu de tudo - mas não o chame de amarrão (termo usado para classificar um competidor chato). Esta palavra, para o lutador que esta no MMA há oito anos, seria passar dos limites.      

 

Chame Josh "The Dentist" Neer do que quiser, ele já ouviu de tudo - mas não o chame de amarrão (termo usado para classificar um competidor chato). Esta palavra, para o lutador que esta no MMA há oito anos, seria passar dos limites.      

"Isso é uma coisa que eu nunca fui chamado, amarrão. Um monte de gente entra para vencer por decisão. Eu nunca fui este tipo de lutador, essa é a razão pela qual as pessoas gostam de me ver lutar. Mesmo antes do UFC começar a distribuir prêmios, eu sempre procurei terminar a luta por nocaute ou finalização", Neer diz. "Se você vai lá somente para segurar o seu oponente e vencer a luta, ninguém vai querer vê-lo lutar. As pessoas pagam um bom dinheiro para assistir você lutar, o mínimo que você pode fazer é proporcionar um bom espetáculo para eles e sair no braço. Um monte de caras não querem fazer isso, eles só querem tomar o caminho mais fácil."     

A carreira de Neer, bem como a sua vida fora do cage, tem sido problemática nos últimos anos. Mas o caminho turbulento pelo qual passou, com vários obstáculos, endireitou-se, e agora é uma reta estreita.      

No mês passado, ele foi declarado culpado por dirigir embriagado e por tentar enganar a polícia no Réveillon de 2008. O lutador de 26 anos de idade escapou de uma pena de sete anos de prisão proferida pelo juiz do caso. Em vez da temporada na prisão, Neer foi colocado em liberdade condicional. Uma segunda chance não muito diferente daquela que ele teve em 2008, quando assinou com UFC depois de ter sido mandado embora em 2006, devido ao seu nada empolgante recorde de 2-3 no Octagon.       

Como em seu retorno recente ao UFC, Neer afirma que fará o possível e o impossível com a oportunidade dada pelos tribunais.      

"Eu deixei o incidente para trás e agora estou concentrado na minha carreira. Eu quero ter bons desempenhos e ganhar as lutas", diz Neer. "Se eu puder continuar a fazer isso, as oportunidades virão."       

A próxima oportunidade de Neer, cuja carreira no UFC inclui uma vitória sobre ex-desafiante peso leve, Joe Stevenson, e outra sobre o vencedor do The Ultimate Fighter 6, Mac Danzig, será no dia 24 de outubro, quando ele encara o produto da equipe American Top Team, Gleison Tibau, no UFC 104 que acontece no Staples Center em Los Angeles, CA.       

Apesar de focar seus treinamentos nas raízes de seu wrestling e trazer de volta o seu treinador de boxe para uma formação mais técnica, Neer diz que ele não está fazendo nada de muito diferente para enfrentar o faixa-preta de jiu-jitsu.       

"Basicamente, eu só treino para ser melhor em cada disciplina o tempo todo - e não para trabalhar em cima das habilidades do meu próximo adversário. Eu não disseco os videos dos caras que eu vou lutar. Eu não quero saber o que vamos fazer, eu quero fazer o que eu vou fazer. Às vezes, eu poderia trabalhar um pouco mais de wrestling e às vezes eu poderia trabalhar um pouco mais do meu jiu-jitsu ou da minha trocação, mas a maior parte do meu regime de treinamento é o mesmo. Ultimamente eu tenho trabalhado mais meu wrestling porque eu tinha deixado isso um pouco de lado nos últimos cinco anos", explica Neer. "Comecei como um wrestler, então eu queria melhorar o meu jiu-jitsu e minha trocação e colocá-los no mesmo nível que meu jogo de chão estava. As pessoas pensam que meu wrestling é pior do que ele realmente é, por eu não me importar em ser levado para baixo, isso acontece porque eu posso finalizar lutando de costas no chão. Eu também estive trabalhando muito com o meu treinador de boxe, Jeff Perez, que tem me preparado três dias por semana. Ele está morando comigo na minha casa, para que possamos treinar muito mais vezes juntos e isso tem sido de grande valia. Trabalhando com ele, minhas mãos se tornam mais precisas e rápidas e a minha trocação ficou muito melhor."       

Tendo deixado o Miletich Fighting Systems, onde ele treinava desde que foi convidado a integrar a equipe após a épica luta de cinco rounds no Victory Fighting Championships em 2004 (que ele perdeu por decisão dividida para o representante da MFS, Spencer Fisher), Neer agora treina em uma pequena academia no Iowa, chamada Des Moline MMA. Apesar de sua nova equipe não possuir lutadores de alto nível como o time dirigido por Pat Miletich (ao qual ele pertenceu), Neer diz que o calibre dos sparrings com quem ele treina agora é comparável ao MFS.       

"Temos um monte de caras bons em nossa academia. Muita gente não sabe quem eles são, mas temos tantos bons trocadores e wrestlers que eu estou sempre sendo testado. A melhor coisa é que todos os melhores lutadores que temos são do meu tamanho - entre 70 e 84 [quilos] - então eu tenho um leque de opções enorme quando eu estou me preparando para uma luta", diz ele. "A maioria das academias têm apenas um par de caras que são do mesmo tamanho e que treinam juntos, então acho que eu tenho uma boa vantagem por treinar aqui."      

Mais conhecido por seu estilo de cair dentro do que por sua técnica, Neer se encaixa perfeitamente no provérbio: "O ferro afia o ferro, um homem afia o outro". Como tal, ele prefere colocar seu suor na academia contra os adversários maiores e mais fortes.       

"Eu sou daqueles caras que sempre está na academia dando seu máximo para melhorar. Qualquer hora que eu treino, eu tento ir com os melhores da academia. Eu não quero ir com os fracos. Eu só quero treinar com os melhores", diz Neer. "É meio como se eu me sentisse bem apanhando, então eu estou fazendo o que eu deveria fazer. Eu não me importo de treinar com os pesos-pesados. Eu sei que, se eu estou apanhando na academia de caras que são maiores do que eu, quando eu entrar no cage vai ser fácil, porque eu estarei com um cara do meu tamanho."       

Apesar de ser propenso a dar seu máximo e aumentar sua capacidade de lidar com situações críticas, o metal que ele pegou para testar o seu valor nos tatames nem sempre foi de ferro, Neer diz, recordando uma experiência de mudança de treinamento que ele teve no Canadá no início da carreira.       

"Eu estava em Winnipeg, na academia de um amigo meu chamado Curtis Brigham. Eu estava treinando com um cara que me finalizou algumas vezes. Depois que o treino acabou, eu perguntei ao Curtis quem era o cara, e ele respondeu: "Ele? Eu não sei. Ele é só um faixa-branca que está treinando jiu-jitsu há seis meses", diz Neer com uma risada. "Isso serviu para me abrir os olhos e eu percebi que precisava começar a me concentrar com os caras que realmente sabiam o que queriam. Eu não tenho idéia de quem era aquele faixa-branca ou se ele já se tornou um lutador, mas você pode dizer que ele mudou a minha vida e me fez um lutador melhor."       

Olhando adiante, Neer não responde o usual: "eu quero uma chance pelo título" quando perguntado o que o futuro reserva para ele. Em vez disso, ele diz que quer manter sua reputação de ser um lutador que faz combates emocionantes, apontando para dois representantes de destaque da equipe Xtreme Couture como sendo os adversários que poderão fazer grandes apresentações contra ele.       

"Eu adoraria lutar contraTyson Griffin ou Sam Stout. Ambos seriam lutas de tirar o fôlego. Eles são similares ao meu estilo de luta e vão para cima o tempo todo, tentando dar cabo do oponente", diz Neer. "As pessoas sempre falam que o Tyson é amarrão ou sempre luta para vencer por decisão, mas eu não o vejo desta forma. Ele vai lá e tenta finalizar seus oponentes. Acho suas lutas empolgantes. Eu adoraria lutar contra um desses caras."