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Minotauro Nogueira - Pelo Amor ao Esporte

Por Thomas Gerbasi  - Fãs de luta podem formar um grupo inconstante. Se um atleta ganha o tempo todo, tudo está bem. Mas se ele perde uma luta, de repente o céu está caindo. Esse fenômeno nunca foi mais evidente do que na manhã seguinte que Rodrigo "Minotauro" Nogueira perdeu por TKO no segundo round para Frank Mir em dezembro de 2008.

Por Thomas Gerbasi

Fãs de luta podem formar um grupo inconstante. Se um atleta ganha o tempo todo, tudo está bem. Mas se ele perde uma luta, de repente o céu está caindo. Esse fenômeno nunca foi mais evidente do que na manhã seguinte que Rodrigo "Minotauro" Nogueira perdeu por TKO no segundo round para Frank Mir em dezembro de 2008.

Sofrendo um nocaute técnico pela primeira vez em seus quase dez anos de carreira, Minotauro foi desconsiderado repetidamente na sequência da derrota, acreditava-se estar acabado como um top da divisão pesada que ele foi durante anos. Diziam que as batalhas que ele passou começavam a fazer efeito, no entanto Minotauro, como é seu estilo, não disse nada.

Alguns dias após a luta, foi revelado que ele entrou nela com um joelho machucado e estava com uma infecção. Novamente, ele não disse nada, mas ele ouviu o que estava sendo dito sobre ele.

"Temos que estar prontos para tudo", Minotauro disse da luta. "Mir teve um dia bom, ele lutou bem e ele foi melhor do que eu. Isso acontece e você tem que estar pronto para ganhar ou perder. Mas quando eles começam a falar sobre como se eu estive acabado, ‘ah, Nogueira esta acabado, blá, blá, blá’, eu voltei para mostrar porque eu ainda estou no esporte. Quando eles falaram mal, isso me deu motivação".

E Nogueira não é o tipo de cara que você deseja dar um novo incentivo. O único homem na história a possuir os cinturões do UFC e do Pride no peso-pesado, o brasileiro pode fazer tudo em uma luta, seja no chão ou em pé. Adicione um coração de guerreiro incomparável, e você tem uma perfeita máquina de guerra. Era apenas uma questão de apertar os parafusos, trocar o óleo e colocar a máquina de volta na estrada.

Ele teve sua chance em agosto passado no UFC 102. Enfrentando Randy Couture em Oregon, um lugar chamado de casa pelo “The Natural" por anos, Minotauro ia enfrentar um membro do Hall da Fama, a torcida e as dúvidas dos fãs. Mas ele gostava dessas coisas.

Correção ...

"Eu amei isso", Minotauro disse. "Eu estava lutando em sua cidade natal, toda a multidão estava contra e foi uma experiência incrível. Meu jogo mental estava forte e toda minha concentração estava nessa luta".

Isso resultou em um desempenho como nos velhos tempos do Minotauro. Três rounds com muita ação, e ele foi para a guerra com Couture, mas, apesar de a natureza competitiva da luta, quando tudo acabou, não havia dúvida de quem era o vencedor. Minotauro Nogueira estava de volta.

Poderia ter sido o fim de um livro de história da carreira de um lutador com calibre de membro do Hall da Fama, se não fosse o fato de que Minotauro está longe do fim. Saudável e de volta aos treinos logo após a vitória sobre o Couture, para preparar seu irmão Rogério e seus protegidos Junior dos Santos e Mark Munoz para seus compromissos, Minotauro estava pronto para o que viesse, com apenas um pequeno revés que o forçou a ficar de molho no final do ano passado devido a uma infecção.

Mas, felizmente, no ciclo vicioso dos esportes de luta, onde você somente é tão bom quanto seu último combate, ele estava com uma vitória e uma derrota nas duas últimas apresentações, o que significa que uma outra grande luta logo estaria vindo – essa grande luta é contra o invicto Cain Velasquez em Sydney, Austrália neste fim de semana.

"Ele é um cara bom, ele está em forma, ele gosta de ditar um ritmo frenético e ele está faminto", disse Minotauro sobre seu adversário na luta principal do UFC 110. "Eu acho que eu tenho muito mais experiência do que ele, essa é a minha vantagem, mas eu tenho que estar preparado para tudo - ele tem boa trocação, bom Wrestling - e eu gosto de lutar contra esses caras. Ele está invicto, isso me dá motivação de enfrentá-lo e isso vai me colocar em forma. Quando você enfrenta um desconhecido, é só mais um vitória, mas sei que esse cara é uma estrela em ascensão, e ele é alguém no UFC, então ele me dá realmente uma grande motivação ".

Para um fã casual, isto pode parecer um desencontro. Como pode um lutador com sete lutas profissionais se comparar com Minotauro e seu currículo de 32-5-1, 1 NC? Na verdade, como podem caras como Velasquez, Shane Carwin e o campeão Brock Lesnar competir com Minotauro, quando combinados possuem um registro de 21-1 no MMA? Bem, Minotauro sabe que não é sempre que a experiência conta, e sim o que você faz com ela.

"Eu sei que sou muito mais experiente do que eles", ele disse. "Mas cada um desses caras tem suas armas. Eles são atletas muito bons, eles têm boa coordenação e velocidade, eles são fortes e estão famintos. Eles não têm muita experiência, então eu tenho que usar isso contra eles para tentar ser o melhor peso pesado na divisão".

Esse é ainda o objetivo de Minotauro, subir ao topo de novo e dar as cartas entre os pesos pesados. É um feito alcançável se ele passar por Velasquez neste fim de semana, especialmente quando você considera que desde que chegou ao UFC em 2007, Minotauro venceu três das quatro lutas, apesar de ter ficado relativamente inativo devido a uma lesão e pela passagem como treinador na oitava temporada do The Ultimate Fighter. É uma realidade distante dos seus tempos de Pride, quando os combates eram mais regulares e o mantinham em forma consistente. Mesmo assim, ele foi capaz de vencer caras como Couture, Tim Sylvia e Heath Herring, e agora com uma equipe com grandes lutadores a sua volta para mantê-lo ocupado quando ele não está competindo, todos esperam que ele se mantenha afiado durante todo o ano.

"Eu gosto de estar ocupado", ele disse. "Se você tem uma luta pela frente, você tem treinado e você está em forma. Então, eu adorava a época em que eu estava em forma o tempo todo porque eu tinha que lutar cinco, seis vezes por ano (no Pride). Assim, a cada dois meses, eu tinha que estar pronto para uma luta. Na América temos menos lutas, por isso é difícil entrar em forma, mas finalmente temos uma boa equipe aqui - Junior, meu irmão, Mark Munoz - e temos um preparador físico muito bom. Lutamos menos, mas temos nosso treino muito organizado".

Para este camp, Minotauro também trouxe grandes promessas como Rafael “Feijão” Cavalcante e “King Mo” Lawal, o que o deixou sem a ausência de talentos para ajudar a imprimir um ritmo forte todos os dias. São dois caminhos paralelos, enquanto eles ajudam o lendário Minotauro, também afiam suas armas.

"Eu gosto de ajudar os caras", Minotauro disse. "Quando eu estava chegando, tive a ajuda de um monte de gente, e eu realmente aprecio o que fizeram por mim. Então, para mim, é muito importante ter caras em boa forma e prontos para suas lutas, e eu sou um bom treinador. Às vezes eu ainda sinto que estou lutando com eles. Quando Junior vai lutar e está em forma, eu sinto que é a minha luta. Às vezes eu fico mais animado quando vejo esses caras lutando por mim. (Risos) Eu dou meu máximo para eles e quando vencem, isso me faz sentir bem".

Assistir o Minotauro vencendo faz com que os fãs mais antigos sintam-se bem, e não apenas porque ele é uma das verdadeiras lendas do esporte. É por causa sua natureza humilde, sua classe e um amor claro pelo esporte que se tornou sua vida.

"Eu amo o esporte", ele disse. "Eu tenho feito artes marciais desde os quatro anos de idade, e o principal não é vencer, ser o campeão ou ganhar dinheiro – o importante é amar o que faço e, com essa minha motivação, eu acordo todos os dias".