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A luta dos sonhos de Matt Mitrione

   

Por Thomas Gerbasi    

  

O Facebook é utilizado para várias coisas - entre elas para se reconectar com velhos amigos ou encontrar antigos. Até recentemente, Matt Mitrione utilizava a ferramenta para encontrar parceiros de sparring.    

  

"Tanto na minha página de fã no Facebook, quanto no meu site oficial, eu sempre coloquei que estava à procura de pesos-pesados para treinar".    

  

Para sua surpresa, ele conseguiu alguns voluntários - pelo menos até a hora de lutar.    

  

"Eu consegui, mas nunca os vi", ele ri. "Recebia mensagens de gente da Califórnia 'Eu acabaria com você se estivesse na cidade'. Eu não estou dizendo que sou durão, mas é fácil falar bobagem pelo teclado do outro lado do país".   

   

Por sorte, Mitrione não precisa mais procurar pela internet por lutadores dispostos a enfrentá-lo. Ele já tem caras como Pat Barry, Ben Rothwell e Duke Roufus em Milwaukee para prepará-lo para seu confronto contra Kimbo Slice neste sábado.     

  

"Eu preciso estar o mais dedicado e focado possível. Infelizmente, em Indiana é mais complicado encontrar parceiros de treino".  

    

Atualmente, cada dia é uma experiência nova a aprender para Mitrione, que teve a sua primeira luta profissional na final da décima temporada do The Ultimate Fighter contra Marcus Jones. E apesar de existir um pequeno grupo de lutadores que tiveram talento para crescer e ir para o melhor nível do esporte (como Brock Lesnar, Matt Riddle e Amir Sadollah), a tarefa está longe de ser fácil e, se você conseguir esse feito, é bom que você tenha algo de especial para mostrar. Mitrione tem e é um poder de nocaute em um golpe.    

  

"Eu sempre soube que tinha isso. Joguei futebol durante muito tempo e sempre fui muito forte. Nunca fui muito pesado, mas garanto que quando se trata de poder de soco e explosão, estou no topo. Eu sempre soube que se tivesse a oportunidade de tocar no seu queixo um pouco que fosse, existiria uma grande de chance de você apagar".  

    

E é esse poder, o desejo de aprender e a gana de continuar a competir depois que sua carreira como profissional terminou em 2006, que levaram ele até o MMA, encorajado por sua mulher Tina.    

  

"Eu dizia que não queria mais competir, mas internamente não estava pronto para parar e eu sabia que precisava encontrar outra coisa para fazer. Eu cheguei a abrir uma empresa, mas eu sentia falta da parte física. Minha mulher viu isso em mim e ela disse 'Olha, se é pra você fazer algo estúpido, é melhor que você seja pago para isso'".  

    

No ano passado ele se juntou a outros três veteranos do futebol (Wes Shivers, Marcus Jones e Brendam Schaub) no The Ultimate Fighter e quanto ele não estava impressionando a todos com sua vitória sobre o veterano do UFC Scott Junk, ele estava dividindo seus companheiro de casa e seus fãs com as suas atitudes estranhas. Mas basta uma conversa com Mitrione para perceber que ele não é o mesmo cara que apareceu no programa.   

   

"Se as pessoas pensarem no que viram no show, eles nunca vão entender", diz Mitrione, que derrotou Jones com apenas um golpe no segundo round da sua luta em dezembro.   

  

Mas o que quer que você pense sobre Mitrione, você sabe que ele trará movimentação para o Bell Centre neste final de semana, assim como seu oponente, Kimbo Slice, e é isso que torna essa luta uma das mais esperadas do card do UFC 113.     

  

"Quando nós estávamos no programa, eu pedi para lutar contra ele. Eu queria enfrentá-lo há tempos. Quando eu treinava na NFL, as pessoas olhavam as lutas dele na internet e falavam 'Olha como ele bate nas pessoas'. E eu dizia, 'Eu vou derrotar esse cara'. E eles riam quando eu dizia isso. Então é ótimo que agora eu tenha a chance de nocauteá-lo e estou muito empolgado com isso".   

   

E diga o que quiser sobre Kimbo, mas é fato que no tempo das lutas pelo YouTube já se foi e a sua vitória sobre Houston Alexander mostrou qualidades e paciência antes não vistas. Mitrione sabe disso, mas isso não quer dizer que ele esteja esperando alguma finalização na luta.    

  

"Eu acho que ele é um lutador diferente daquele que lutava nas ruas. Mas eu não estou preocupado com o seu jogo de chão e suas defesas. Eu acho que com meu alcance, eu vou batê-lo um pouco, ele ficará frustrado e acho que ele virá tentar me atacar".    

  

No final das contas, Matt Mitrione sabe que em algum momento a luta irá começar de verdade em Montreal e, quando isso acontecer, o nativo de Bloomington, em Illinois, estará pronto para ser o último homem em pé.    

  

"Eu adoraria nocautear Kimbo. Eu e Chris Lytle, meu parceiro de treinos, nos damos muito bem, pois lutamos por bônus. E toda vez que eu entro no octógono, estou tentando ganhar um pouco mais de dinheiro, então seria ótimo garantir um bônus vencendo Kimbo".