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Gray Maynard - Aprendendo o Valor da Paciência

Por Thomas Gerbasi

Gray Maynard se recorda de uma das primeiras conversas com o seu treinador de boxe, Gil Martinez, como se isso tivesse acontecido ontem. Invicto em três lutas no UFC, após sua passagem pela quinta temporada de The Ultimate Fighter, "The Bully" foi apenas isso no octógono - um wrestler duro, que sempre tenta o nocaute com cada soco.

E já que ninguém estava provando o contrário, ele imaginou que tinha encontrado uma fórmula que o permitiria navegar diretamente para o topo da divisão leve, e ele deixou Martinez ciente disso.

"Eu fui até ele e disse 'não se preocupe comigo, eu posso tomar um soco'", Maynard se lembrou com um sorriso. "Ele me olhou como se ele nunca tivesse ouviu isso antes e disse: 'Ei, mas você não tem que tomar um soco'".

Essa resposta veio como um choque para o lutador.

"Sim, mas está tudo bem, confie em mim", ele disse, e ficou pronto para treinar com um boxer de 18 anos que estava na academia de Las Vegas naquele dia.

"Ele era magro, esquelético", Maynard riu. "Eu disse 'eu vou pegar leve com ele Gil, não se preocupe com isso'".

Provavelmente você já desconfia o que aconteceu em seguida.

"Ele me fez arregalar os olhos, e aquele garoto pegou leve comigo também", Maynard disse. "Ele batia mais duro do que qualquer um que já tenha treinado comigo. Eu já fiz sparring com Wanderlei (Silva), (Randy) Couture, e só a precisão, e toda a movimentação que ele tinha me deixaram atônito, eu disse: 'uau, isso é o boxe, isso são mãos e é assim que pode ser'. Aquilo abriu meus olhos para o que você pode ser se você se diminuir o ritmo, aprender e saber que este é um esporte com técnica".

Gray Maynard nunca mais foi o mesmo lutador novamente. Claro que ele manteve seu excelente wrestling e sua habilidade de absorver socos, mas foram acrescentado uma impressionante precisão em pé e uma paciência que ele nunca teve antes. Agora, de repente, ele se tornou um verdadeiro artista do MMA, e os resultados o levaram para a parte alta da divisão leve do UFC.

Frankie Edgar - Rich Clementi - Jim Miller - Roger Huerta. Quatro lutas, quatro vitórias para Maynard, e após o triunfo sobre Huerta em setembro, começaram as especulações sobre uma possível luta com o ex-parceiro de treinos e ex-treinador do The Ultimate Fighter, o campeão peso leve do UFC, BJ Penn. Mas essa oportunidade não viria imediatamente.

"Tudo tem seu tempo", Maynard diz. "Existem vezes que você está tipo uau, isso saiu muito bem, e às vezes não é tão bom assim. Eu sei que uma vez que Diego (Sanchez) lutasse contra ele (Penn) em dezembro, ele provavelmente não estaria em ação novamente até março, abril, ou talvez maio, então para mim, isso é um longo tempo de espera. E como (matchmaker do UFC), Joe (Silva) escolhe as lutas, o único adversário em potencial seria o Nate (Diaz). Assim está tudo ótimo, eu não tenho problemas".

Ele diz isso porque quando ele pisar no octógono, pela primeira vez em 2010, nesta segunda-feira no The Patriot Center em Fairfax, Virgínia, ele fará isso contra o único a derrotá-lo em uma competição de MMA - Nate Diaz, que finalizou Maynard durante a temporada cinco do TUF. Então, essa não é uma luta qualquer, ela tem um valor a mais.

"É uma boa oportunidade para eu me recuperar da derrota que tive na TV", Maynard diz. "Ele é um adversário difícil e está indo bem, por isso estou motivado".

A repetição ou ângulo de redenção sempre é interessante, especialmente ao promover uma luta, e esta não é diferente. Mas, enquanto Diaz sempre aquece os preparativos para a luta e Maynard certamente quer apagar essa mancha na sua mente, o desejo de bater de frente novamente com o californiano de Stockton não foi algo que tirou seu sono. Ele tinha assuntos mais urgentes para lidar com o passar dos anos, como alguns dos novos pesos leves tentando arrancar sua cabeça.

"A derrota é uma derrota, e é sempre difícil", Maynard disse. "Mas depois que aconteceu, eu disse: 'isso ficou para trás, eu só vou continuar no meu caminho, treinar muito mais, aprender e, se acontecer de novo, então eu vou estar preparado'. "Eu fiz sete lutas e agora é a vez dele, então eu não poderia enfatizar a vitória que Nate Diaz teve sobre mim. Eu tinha que ir para a academia e treinar com os caras duros de lá, assim, concentrei-me em nessas coisas e então a oportunidade veio e é agora – por isso estou tão motivado".

Isso não quer dizer Maynard não manteve um olho em seu antigo rival enquanto fazia sua própria jornada pela categoria até 70kg.

"Ele enfrentou alguns caras duros, quando você faz isso você começa a aprender mais e relaxar mais, e isso o ajudou muito", ele disse. "Ele lutou contra Joe Stevenson, Clay Guida, Melvin (Guillard), Josh Neer, por isso ele ganhou muito, eu garanto isso. Tecnicamente, não sei se ele mudou muito".

Já Maynard mudou, apesar de Diaz alegar o contrário, e é seu objetivo deixar o atleta de 24 anos saber disso tão logo o árbitro os chame para o centro do octógono hoje a noite.

"Ficar buscando explicações para coisas que aconteceram definitivamente não é bom", ele disse. "Nunca houve um momento sequer que foi bom ficar pensando dessa maneira, principalmente sobre o Nate Diaz. O garoto é realmente perigoso e eu não estou naquela de 'se isso' ou 'se aquilo', porque não é o ideal. Eu tenho essa luta pela frente, vamos ver onde eu estou, e como ela vai se desenrolar. Um dia de cada vez, isso é tudo que eu posso fazer".