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Carlo "Neo" Prater - Em busca da glória no Octógono

Adversário de Erick Silva conta como Royce Gracie o influenciou

Aos 30 anos de idade, Carlo Prater (29-10-1) teve o melhor Natal da vida. No dia 23 de dezembro, não imaginava a notícia que teria quando o seu telefone passou a tocar incessantemente.

“Estava comandando uma sessão de treinamentos de lwrestling e o meu telefone não parava de tocar. Pensei: ‘que coisa é essa?’ Quando atendi e fiquei sabendo das novidades, não pensei duas vezes. Disse: ‘vamos fazer agora, é a minha chance’. Estava gritando aos ares por uma oportunidade dessas e, apesar de ela ter vindo com menos de um mês de antecedência, já estava treinando para outra luta e topei. Pulei de alegria, como qualquer outro faria. Lutador de verdade não negaria uma oportunidade dessas de jeito nenhum. Foi o melhor presente de Natal que poderia receber”.

A oportunidade que Prater se refere é a chance de encarar Erick Silva (13-1-0, 1NC) no UFC Rio: Aldo vs. Mendes, no próximo dia 14, no Rio de Janeiro, luta válida pelo peso meio-médio. Mas, para se credencia para tal, a história de Carlo começa há muitos anos, sob influência de um dos grandes ídolos do esporte, membro do Hall da Fama do UFC.

“Treino wrestling desde os 13 anos. Nasci em São Paulo, mas meus pais eram missionários americanos e já morei em muitos lugares. Nesta época, vivia em Oklahoma, um dos estados nos EUA mais tradicionais no wrestling. Com 15 anos de idade, passei a treinar jiu-jitsu e judô. Havia visto as vitórias de Royce Gracie nos primeiros UFCs e, como todo garoto, me empolguei”.

E a influência de Royce parece fazer parte no estilo de luta de Prater. No cartel estão computadas 16 finalizações a favor.

“O Royce era um ídolo para mim no início e continua sendo. Gostaria de conhecê-lo algum dia. Mas sobre ser um finalizador, é uma coisa que temos sempre que procurar na luta. Sou faixa-preta de jiu-jitsu e também de luta livre, então tenho esse jogo de chão. Minha base é um misto de wrestling com o jogo de solo”.

A primeira apresentação no MMA foi em 2002, já com uma finalização e, de lá para cá, são 40 lutas.
“Tenho a honra de ter vivenciado boa parte do crescimento deste esporte. Lutava isto quando ainda nem era chamado de MMA. As coisas mudaram muito”, analisa.

Entre as vitórias, Prater chegou a bater Melvin Guillard, que possui 16 apresentações no UFC e é um lutador bem cotado na categoria até 77 quilos. Com os pés no chão, Carlo não se empolga por conta disso.

“Isso é passado. Venci aquela vez, mas toda luta é diferente. Poucos sabem, mas eu e o Guillard já lutamos duas vezes. A segunda foi na semifinal de um grand prix de muay thai, que entrei para substituir um amigo meu contundido. Ele me venceu por pontos naquela ocasião. Depois disso, viramos até parceiro de treinos. Se formos lutar no futuro, não sei como seriam as coisas. Tento sempre ser realista e encaro a próxima luta como a mais importante, não penso no que passou”, afirma, antes de analisar o oponente da estreia no UFC, Erick Silva, que vem de vitória no Octógono.

“Acho o Erick um grande lutador, ele tem muito talento. Acredito que ele tenha um grande futuro pela frente, mas a noite do dia 14 de janeiro vai ser minha”, garante. “Podem esperar uma luta bem diferente do que já viram. Tenho algumas coisas, alguns truques na manga, e quero entreter o público. Quero deixar os fãs falando de mim. Vou para cima dele, ele vem para cima de mim, vai ser uma guerra ali dentro”.